sábado, 2 de agosto de 2008

Bam!

Ela vinha de trás, da porta automática que se fechava nas suas costas. Gira. Talvez seja ela. Deus queira. Estava sentado naquele degrau à porta da Faculdade há 5 minutos, os necessários para ter esgotado as rezas que evitassem que o mastronço sentado sozinho à minha esquerda se chamasse Isabel. Já mereço alguma sorte, caraças. Isabel? Sim, sou eu. Desculpa, já estavas à espera há muito tempo? Não, cheguei agora. Que brasa. O top amarelo largo caía-lhe sobre as jeans escuras com o mesmo ar descontraído de Verão dos olhos castanhos bronzeados que me olhavam. Vamos? (Não faria sentido dizer-te que não.) Então, conta! Como foi? Avançávamos pelo corredor largo e vazio da entrada da Faculdade. As notas ainda lá estavam, penduradas nos velhos placards há já algumas semanas. Ficamos nesta mesa? Era a melhor da esplanada vazia, à sombra, debaixo do limoeiro amarelo. Conta-me tudo!... Contei-lhe. Falámos até o sol passar por cima das nossas cabeças e se ir esconder do outro lado, atrás dos edifícios altos. Era tarde já. Tinha de ir. Tratar de coisas pouco interessantes. Amanhã vou para Madrid. Toma o teu livro. Não, fica com ele. Mas é uma recordação… Devolves-me quando voltares, aproveita para o ler. Tinha de a ver outra vez. Vemo-nos quando voltares? Sim.

Eu sei que sim.